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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CARTA ABERTA SOBRE INTERVENÇÕES NA ÁREA VERDE DO LESSA

Prezado Cataldi,

Segue em anexo , sugestão de uma carta para ser encaminhada a comissão criada na última reunião para acompanhamento das obras da praça na área verde do Lessa, e posteriormente ser levada na Prefeitura.Estamos enviando antes para correções, mudanças, conforme sugestões dos interessados a participar nessa obra que será permanente no nosso bairro e em nossas vidas.
Atenciosamente,
Cristina Maria de Castro


Pindamonhangaba, 20 de Fevereiro, de 2010.


Prezados Senhores,

Com o intuito de despertar um “outro olhar” sobre as intervenções na área verde do Residencial Lessa, seguem sugestões para o projeto que está em fase inicial de implantação para a área localizada final da Av. Antônio Cozzi, caracterizada como um Campo úmido de cerrado com predomínio de vegetação herbácea em solo hidromórfico, alagado na época das chuvas.
Para um desavisado, essa área está degradada e não serve para nada. Olhos mais atentos registram aves em visitação (sabiás do campo e do peito-amarelo, sanhaços, saíras, coleiros, rolinhas, quero-queros, pica-pau de cabeça amarela, maçaricos, coruja buraqueira, etc.) demonstrando que a natureza está viva nas redondezas. Mas a ocorrência de serpentes, também, caracteriza a necessidade da urbanização para reduzir os riscos de acidentes.
Burle Marx ícone do modernismo brasileiro, rejeitou as flores exóticas com que se compunham os jardins públicos e trouxe para as praças a vegetação nativa. Compôs jardins como quem cria obras de arte. Aproveitou-se da topografia, do meio ambiente, da arquitetura e a plasticidade para projetar jardins e praças, reduzindo muitas vezes os dispêndios energéticos com máquinas, aterros etc. Para a capital Brasília, utilizou espécies de Cerrado, transplantadas como ocorreu com os buritis dos jardins modernistas do Palácio do Itamaraty.
Porém, o solo do Lessa, rico em matéria orgânica está sendo aterrado com minerais característicos de subsolo contendo tabatinga (argila impenetrável), rocha em decomposição (saibro) e xisto (folhoso negro), por fim compactado por máquinas e caminhões. Recentemente foi feita a cobertura superficial desse material com “terra de barranco” dando um visual melhor, pois textura e a cor são mais uniformes. Um ditado popular cita que um erro médico a terra encobre e um erro agronômico a terra mostra. Esse mosaico mineral contém propriedades físicas e químicas inaptas às plantas e certamente limitará a beleza de qualquer projeto paisagístico. A não ser se o que esteja sendo planejado vislumbre o calçamento e a impermeabilização de toda a área, seguida da edificação de quadras etc. Ou seja, nada de vida no local. Árvores, arbustos e plantas de forração não se desenvolvem bem em solo degradado. As raízes ficam superficiais, exploram um pequeno volume de solo, são suscetíveis à queda, à seca, ao ataque de organismos fitófagos e xilófagos (cupins, fungos...), etc. E a forração (se houver), declinará, pois o sistema radicular não aprofunda para buscar a água e nutrientes. Não se consegue com que uma árvore que permaneça 50 anos seja sadia acrescentando-se esterco e gel no plantio e nada mais. Também, há espécies rústicas mais adaptadas, como o amendoim forrageiro que se associa às bactérias fixadoras do nitrogênio do ar deixando-o sempre verde. Mas o que normalmente se instalam são espécies daninhas que desenvolveram estratégias de competição e de sobrevivência sob condições adversas.
A área maior, localizada entre o Lessa e o Bairro do Araretama é um laboratório para estudos de ecologia. O cerrado é uma floresta de “cabeça para baixo”, pois as espécies rebrotam após as sucessivas queimadas devido à capacidade de regeneração e à quantidade de matéria vegetal que está sob o solo. Ainda há veredas e bosques no interior dos fragmentos de eucalipto, com vegetação densa e exuberante que poderiam ser utilizadas para a prospecção e o uso na arborização e no paisagismo. São espécies mais adaptadas, resistentes e que produzem alimento para diversos animais. O predomínio de plantas das famílias Myrtaceae (mesma do araçá), Melastomataceae (quaresmeiras), Lauraceae (canelas), Leguminosae (eritrinas); Anacardiaceae (mamica de porca p.ex.), Bignoniaceae (ipês), etc. caracterizam a diversidade associada ao ambiente, cujo crescimento é mais lento, a madeira é resistente e de alta densidade (muito dura) com folhas coriáceas e lustrosas, aptas para o paisagismo.

Projeto de Urbanização
Atendendo à nossa solicitação, o Sr. Sérgio Marcondes Guimarães, mui gentilmente, apresentou a planta baixa do projeto elaborado pela Secretaria de Planejamento para a área do Lessa, prevendo o aterro; canalização das águas pluviais; asfalto no entorno da área para a prática de caminhadas; caminhos internos (não lugar); iluminação; quadra de esportes; equipamentos da “melhor idade”; relógio de flores; pérgula e algumas árvores distribuídas esparsamente pela área. Porém, citou que a Prefeitura não dispõe de dotação orçamentária para a conclusão de todas as obras, realizando as quatro primeiras intervenções citadas.

Considerações sobre a proposta de urbanização

Aterro e drenagem: sugerimos aproveitar a aptidão do terreno para formar um espelho d’água nada profundo, amenizando a carga sobre a galeria pluvial, reduzindo a necessidade de aterro, que deve ser feito com solo de boa qualidade. Lembro que o aterro feito com qualquer material leva à degradação da área fornecedora, ao consumo excessivo de combustíveis, homens e máquinas e degrada a área final, que julgo ser uma das mais nobres de Pindamonhangaba.

Espelho d’água: seria muito bom se mantivessem um corpo de água na área alagável, com um tratamento biológico e não estéril. Nas praças e jardins públicos, os espelhos d'água costumam ser periodicamente esvaziados para "trocar água", é retirado todo o lodo biológico que se forma no fundo, paredes e fundo são escovados e lavados. Sugiro introduzir ao menos uma ou duas espécies de plantas aquáticas, p.ex. a rosa d'água (Nymphaea) com suas lindas folhas semiflutuantes e flores espetaculares que, em nosso clima florescem quase todo o ano, e uma planta submersa que poderia ser a cabomba, ou Elodea, Valisneria (que forma gramado submerso) ou sagitária e outras. Há espécies de peixes nativos indicadas para pequenos corpos de água e que se alimentam de larvas de mosquitos.

Pista de caminhada: optou-se pela forração com asfalto, mais rápido e barato. Mas deve-se manter uma distância do meio fio que possibilite o desenvolvimento de árvores de grande porte para o sombreamento dos passantes. A distância da pista para as árvores deve possibilitar o livre desenvolvimento do sistema radicular, para não haver danos futuros ao pavimento e às raízes (corte). Num país de clima tropical é a vegetação que estrutura qualquer espaço paisagístico. Aqui, a arborização é o principal elemento, porque traz sombra, aconchego, proteção.

Caminhos internos: preferível de terra natural, podendo ser revestido de pedrinhas. Se optar por um pavimento de paralelepípedos, lajes de pedra com frestas abertas ou blocos intertravados, nas quais se desenvolve a grama ou outra forração. Um pavimento assim contribui para a melhora do solo. Debaixo das lajes ou pedras, uma vez que haverá penetração da água da chuva e de oxigênio se desenvolve uma microvida e proliferam minhocas que movimentam matéria orgânica e promovem humificação. Um pavimento impermeável, ao contrário, contribui para o ressecamento e empobrecimento do solo subjacente.

Parque Esportivo e Equipamentos da Melhor Idade: segundo o projeto, está prevista uma quadra e os equipamentos da melhor idade eqüidistantes entre si. Sugiro um recuo em relação às avenidas, uma rica arborização no entorno e, principalmente, cerca viva com espécies arbustivas do cerrado, que podem ser extraídas vivas de áreas de empreendimentos cuja vegetação original seja suprimida: vide a área do shopping, do Hospital da Unimed e outras tantas, públicas e privadas.

Iluminação: utilizar lâmpadas amarelas que não atraem insetos. Os insetos noturnos passam o dia escondidos em lugares escuros e quando emergem para vôos noturnos - com exceção dos mosquitos que nos incomodam - são atraídos pelas lâmpadas elétricas voando em círculos até a morte. Entre eles se encontram muitos polinizadores das flores e inimigos naturais das pragas das lavouras. Sugere-se que a localização da rede elétrica seja subterrânea e acompanhe os caminhos.

Arborização: a praça pode abrigar árvores frutíferas e palmeiras nativas que são fundamentais para a sobrevivência da fauna urbana, como pássaros e morcegos que, por sua vez, combatem as pragas que atacam a arborização das ruas e insetos indesejáveis como o mosquito transmissor da dengue. Sugestão de inclusão de espécies arbóreas citadas na RESOLUÇÃO SMA-064 DE 10 DE SETEMBRO DE 2009 publicada no DOE de 11-09-09 Seção I Pág. 59-60 que dispõe sobre o detalhamento das fisionomias da Vegetação de Cerrado e de seus estágios de regeneração, conforme Lei Estadual n°13.550, de 2 de junho de 2009, e dá providências correlatas.

“Bosque do Lessa” – Não podemos de deixar de citar o exemplo de patrimônio público mantido pela Prefeitura com esmero, o Bosque da Princesa, que contem todos os itens que são anseios do bairro, um modelo que funciona bem, que a população visita, se sente bem, onde predominam árvores nativas, proporcionando ambiente agradável para caminhadas, parque para criançada e academia ao ar livre para a terceira idade.
Ressaltamos aqui a necessidade de ser gradeado uma vez que o bairro do Lessa é visado por meliantes residentes ao bairro próximo, sendo já apontado como um dos mais perigosos de Pindamonhangaba, sendo notável os furtos de crianças e adultos na rua (bicicleta, celulares, etc.) e também residências fugindo em direção ao referido bairro. Nossa preocupação maior é com a população do entorno da praça que poderá ser local de encontro e de pesquisa de horários dos moradores de pessoas não bem intencionadas .
Para não onerar o orçamento da prefeitura o bairro via associação poderia fazer campanha com empresas locais de Pinda para doação das grades.
As escolas que se encontram no bairro poderiam “adotar” a praça servindo também local para aulas de educação ambiental, biologia, entre outros.

Contém trechos do texto original de José Lutzemberger da Fundação Gaia (www.fgaia.org.br/texts/cartas/t-estrela.html) intitulado “Carta ao Prefeito de Estrela – RS sobre Paisagismo Urbano”.
Trabalho voluntário: Uma intervenção moderna, ambientalmente correta, nos dias atuais resulta em ganhos sócio-culturais com benefícios não só para o bairro como para o município. A manutenção de áreas públicas é geralmente entregue aos operários, quando muito, supervisionados por um agrônomo. Mas, infelizmente, os agrônomos brasileiros não são capacitados para a jardinagem e tão pouco para a "dendrocirurgia" - cirurgia de árvores. Atualmente observamos diversas árvores exibindo tocos remanescentes de poda que se decompõem com o tempo passando a substrato para organismos detritívoros (cupins, formigas, fungos, bactérias etc.) que devoram o vegetal por dentro. É o perigo oculto! A árvore vai cair, só não sabemos quando! Quer dizer que após ser plantada, a muda de árvore precisa ser conduzida. Isto se faz com podão, não com serrote ou motoserra, enquanto os galhos forem finos. Mas este tipo de trabalho não se faz uma só vez e se esquece, é uma ação contínua que, conforme o caso pode estender-se a toda a vida da árvore. Requer observação, acompanhamento, sensibilidade, amor, requer equipes treinadas e jardineiros motivados. Na reestruturação de praças, uma vez toda sombreada, devem ser abandonados os gramados. Nos canteiros, poderão ser mantidos complexos permanentes de plantas de sombra, arbustivas ou herbáceas. Alguns canteiros ou partes deles poderão ser mantidos apenas com a cobertura de folhas secas caídas das árvores. Isto teria valor educativo para o público que precisa aprender o que é o processo de humificação e mineralização da matéria orgânica num ecossistema. Já vimos isso em diversos projetos de paisagismo de interior, ao colocarmos aquela casquinha que a espécie Pinus solta, para cobertura morta, redução da perda de água por evaporação e da insolação direta sob o solo. Deixemos também que germinem e se desenvolvam, pelo menos até o ponto em que se possa decidir se ficam ou serão transplantadas as mudas que germinam das sementes que as árvores deixam cair. Este é o processo natural de rejuvenescimento do bosque.

No presente, oferecemos o serviço técnico voluntário no intuito de colaborar na elaboração de uma proposta de urbanização para as áreas verdes do Lessa visando a reintrodução e o manejo de espécies nativas de cerrado. Um projeto inovador, de baixo custo baseado apenas na boa vontade e no que se já tem a oferecer. É comum escutarmos dos administradores aquela frase “o ótimo é inimigo do bom” e que “se apertar muito”, nada sai, pois o serviço fica inviabilizado pelo meio ambiente. Acreditamos que o bom é o caminho certo, mas o alvo é o ótimo. O bom é apenas uma transição para o ótimo.
Respeitosamente,

Antonio Carlos Pries Devide
Engº Agrº Pesquisador Científico M.Sc.
Crea 200455305-7


Cristina Maria de Castro
Engª Agrª Pesquisador Científico D.Sc.
Crea 2004

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