Após a saída do Deserto da Solidão, no qual o Inimigo viu suas tentações derrotadas diante da Força da Fé, do Vigor dos sentimentos da Esperança e, também, do Poder da Convicção, Ele caminhou suavemente entre os homens espalhando o bem, operando os milagres como frutos das súplicas nascidas da confiança e do merecimento, além de fazer de suas ações os ensinamentos da Verdade, para que houvesse entendimento, e distribuindo o Amor, para que todos pudessem se revestir das puras e sagradas vestes da Sabedoria Imortal e , assim, compreender que tudo é possível diante do Eterno Pai, desde que se profira, com humildade e verdadeira devoção, a sublime aclamação.
Docilmente, não hesitou, também, em celebrar a celeste união, transmutando o néctar para realizar a alquímica transmutação, em atendimento a solicitação da Sublime Mãe.
Matou a fome de multidões, realizando a sagrada matemática da multiplicação. E, também, levantou os coxos, permitiu os mudos novamente se expressarem e os cegos a luz contemplarem, além de restabelecer os laços que outrora se dissolveu pelo sangue da corrupção.
Entre os sábios, ricos, doutores da Lei, reis, sacerdotes e necessitados, perambulou, com firmeza e determinação - ainda que por pouco tempo - oferecendo a todos os segredos do Amor e indicando as possibilidades da verdadeira reconstrução, em três tempos, do Templo Sagrado, que todos acolhem em verdadeira comunhão.
Foi intensamente saudado pela multidão, em cumprimento do antigo vaticínio, embora preferisse a simplicidade da recepção dos irmãos e o silêncio da verdadeira e solitária meditação, no deserto, que faz nascer, sempre, a mais elevadas das orações.
Com determinação, embora ainda sentindo as dores humanas que estremem a carne, dos laços eternos da união com todos os seus irmãos de humanidade, tomou
em suas suaves e firmes mãos o cálice sagrado e, de uma só vez, solveu até a última gota, resignando-se assim com sua divina missão.
Aceitou, também com profunda compreensão, o ato pérfido de um dos seus mais queridos irmãos e jamais levantou uma das suas mãos para apontar culpados, já que vivera na mais plena convicção do cumprimento da sua nobre e sagrada missão e dos efeitos de sua salutar contribuição para a salvação da Humanidade.
Silenciou-se, é vem verdade, diante da pergunta que não mais precisara ser respondida, por que já se tornara um axioma, através de suas próprias ações. Afinal, o silêncio foi só a comprovação de que Ele, além dela, era também o Caminho e a Vida!
Em nenhum momento - embora extremamente flagelado e humilhado diante das multidões - lamentou, reclamou ou buscou culpados entre os filhos das nações. Pelo contrário, aceitou o amargo doce da traição e deixou colocar sobre seus ombros o lenho da remissão e sobre sua cabeça a coroa de aguilhões, que lhe permitiu reinar sobre todas as virtudes e demonstrar o poder do Amor Universal, pois não foi sem razão que seu sangue verteu e desceu sobre o chão, penetrando as entranhas da terra e revelando os mistérios da purificação.
No momento final, preferiu o silêncio que permite a verdadeira comunhão, embora na última expiração ousou, ainda, lançar um doce olhar sobre a multidão e rogar pelo perdão de cada um de nós, seus irmãos amados, efetivando assim a última e Real Aliança para a nossa Salvação.
São José dos Campos, Semana da Paixão, 2021!
José Paulo Ferrari
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